terça-feira, 8 de setembro de 2009

Resenha do texto: A organização do conhecimento – uma visão holística de como as organizações usam a informação.

Curso de Pós-Graduação - MBA em Comunicação Organizacional - Aluno: Paulo Monteiro de Carvalho.
Achei o texto bom e interessante, pois nunca havia lido nada sobre o este tema. Depois desta leitura tomei outra postura em relação ao meu conhecimento e o que posso fazer com ele, inclusive, como vou proceder de agora em diante, tanto na empresa que trabalho, como também, com amigos e colegas de profissão. Agora poderei utilizar e crescer, aproveitando do conhecimento que aprendi com este estudo.
Entretanto, infelizmente, não existe na empresa que trabalho, uma gestão do conhecimento, e, inclusive, não existe nada que possa parecer com isso. Mesmo sendo a minha área de trabalho, uma agência de comunicação.
Analisando cada ponto comentado pelo autor, pude observar no inicio do texto que ele afirma que a organização usa a informação estratégica como processo para administrar e criar uma organização do conhecimento. Ele fala que este conhecimento habita nos indivíduos e que precisa ser transformado em inovação. Mas vejo isso de maneira diferente, pois, mais adiante, ele diz que tudo é de acordo com seus objetivos, objetivos da organização. O conhecimento é do individuo, não é por que trabalha para alguém que ele é obrigado a compartilhar seu conhecimento com outras pessoas ou cede-lo para a organização. Muitas empresas estimulam seus funcionários a participarem de grupos de aprendizagem para roubar ou usufruir do conhecimento. Depois de posse do conhecimento, as organizações tornam-se inovadoras e conseqüentemente ricas e poderosas, enquanto os verdadeiros inovadores, muitas vezes, são descartados, sem usufruir sua própria inovação.
Na concepção atual da administração, referentes às três arenas a criação e o uso da informação desempenham um papel importante.
Na primeira arena, muitas vezes as informações recebidas pelas empresas não são qualificadas e às vezes superficiais. Como também não acredito muito que regras limitem o alcance das empresas.
Na segunda, no uso estratégico das informações, concordo com o autor quando diz que “muitas empresas tiveram que reinventarem a roda desnecessariamente por não localizarem o conhecimento dentro da organização”. Porém creio que muitas empresas são preconceituosas e até orgulhosa, não dando oportunidades a todos os funcionários. Muitas empresas não conseguem aprender por não admitirem que sejam atrasadas e ultrapassadas e que isso seria uma humilhação para seus gestores.
Sobre a terceira arena, quero citar apenas a tomada de decisão, que só é tomada com um único objetivo: lucro. Muitas vezes a decisão é tomada individualmente e errada, mesmo com informações corretas disponíveis. Como diz o autor, “a racionalidade da decisão é atrapalhada pelo choque de interesses entre os sócios da empresa, pelas barganhas e negociações entre grupos e indivíduos”. Estes acontecimentos têm levado várias empresas a falência. Como no caso da Varig, que acabou sendo esfacelada pela ganância dos seus gestores.
Na organização do conhecimento cito apenas que no processo da principal atividade do processamento e analise das informações e a interpretações de noticias e mensagens ambientes, muitas empresas erram na escolha dos profissionais responsáveis pelo monitoramento, recolhimento, decodificação e distribuição dessas informações. Isso tem sido um dos grandes gargalos para as tomadas de decisões e para que a empresa seja considerada uma organização do conhecimento. Pois é preciso conhecer fontes confiáveis/oficiais e por isso a necessidade de pessoas competentes pra isso.
Na criação de significado, quando o autor fala que “os participantes tem muito espaço para analisar as mudanças ambientais e fazer sua própria interpretação da realidade externa”, não creio que os participantes tem espaços, pois geralmente o dono da empresa quase sempre acha que ele é que tem o conhecimento e que ele é que sabe tudo. Quando o autor fala que a criação de significado começa quando ocorre alguma mudança no ambiente provocando perturbações ou variações nos fluxos, posso afirmar que isso só é percebido quando afeta o lucro da empresa. Assim como numa orquestra, o processo de criação deve ter um maestro que saiba comandar e principalmente, tenha conhecimento do ambiente.
Na tomada de decisão, o autor cita March e Simom que diz: “a maioria das decisões, sejam individuais ou organizacionais, envolve a descoberta e a seleção de alternativas satisfatórias”, mas pra mim, na maioria das vezes, não existe decisão organizacional, existe apenas a individual. Existem propostas, mas uma pessoa tem a decisão. Não concordo quando diz que uma decisão organizacional é racional, pois pode acontecer uma tomada de decisão por medo, interesses particulares e outros motivos inerentes a organização. Neste sentido, para manter o status de empresa inovadora, muitas empresas investem pesado e desperdiçam dinheiro na busca do conhecimento e de novos métodos de trabalhos e rotinas, para o auxilio nas tomadas de decisões, mas, por serem limitados, e, às vezes, por puro capricho, tomam decisões erradas.
Um dos fatores mais importantes da organização do conhecimento é a tomada de decisões. Por isso existe a necessidade de utilizar da criação e do conhecimento como ferramenta de auxilio, mesmo assim tomam decisões erradas, causadas pela ineficiência da interpretação. No Brasil existe grave problema em relação à interpretação. Na maioria das escolas públicas e algumas particulares, alunos se preocupam somente em aprender a ler e escrever, para poderem procurar emprego e ajudar a família. Não existe interesse em aprender a interpretar o que eles lêem. Este é um grave problema existente na educação do país. Por isso ocorrem muitos erros nas decisões. Muitos gestores não conseguem interpretar corretamente um relatório ou uma pesquisa de mercado. Muitas vezes, por negligencia de intermediários, as sugestões e orientações são repassadas erradamente aos gestores. O autor diz que muitas vezes as pessoas que decidem possuem capacidades cognitivas e de processamento da informação limitada. Essa afirmação seria nivelar por baixo grandes empresários e empreendedores. Cada vez mais o uso racional das decisões vem sendo importante e as regras e rotinas vem se tornando fundamental nas orientações das grandes decisões. Desta forma o ser humano começa a utilizar aquilo que possui e que o distingue dos demais seres viventes: a razão.
Sobre o Ciclo do Conhecimento, não pode ser executado sem incentivo da organização, é preciso haver uma campanha bem estruturada com propósitos e objetivos. Não é só criar o processo estratégico e esperar que todos participem. No processo existe muita teoria filosófica e isso pode inibir muita gente com potencial inovador, mas que possuem pouco estudo. Deve-se simplificar o processo, pois muitos empregados não possuem níveis iguais de educação e cultura. Mas para isso é necessário investir no que é mais importante na organização: o ser humano. Sem ele não há conhecimento nem inovação. É preciso investir no ser humano, no conhecimento, na matéria prima. Concordo com o autor quando diz que a empresa “está cheia de indivíduos talentosos”, mas quantas organizações querem verdadeiramente investir neste produto, como fez a empresa 3M? O texto diz que “a construção do conhecimento produz novas capacidades”. A capacidade de criação do ser humano é infinita, basta saber investir e incentivar.
No Ciclo do Conhecimento em Ação, o fator importante é a capacidade de prever determinados ambientes globais, como fez a Shell. Isso foi um fator importante, não só como inovação, mas também por enxergar um momento econômico, uma possível crise no futuro. Por isso é preciso estar atento os movimentos e transformações que podem acontecer. Os processos criados pela Shell são exemplos: criar mapas mentais e roteiros para acompanhar o ambiente. É fundamental estimular o reexame dos pressupostos e pensar o impensável, analisar possíveis variáveis e incertezas. Para isso é necessário utilizar de dados para estabelecer futuros roteiros para tomadas de decisões.
Quero dizer que concordo com o autor quando diz que o processo da organização do conhecimento é longo, gradual, que necessita de planejamento, esforço e perseverança para a criação de significado.

Um comentário:

Janaína disse...

Existem dois pontos de atenção na organização do conhecimento. Primeiro até mesmo no caos da criação ou na entropia existe uma organização do conhecimento até para ser um ponto de partida.
Mas o que se opõe, muitas vezes é que esta organização pode ser vista como regra, o que para alguns cheira a ditadura. E eles não conseguem criar ou assimilar algo a mais e em geral estes indivíduos são os mais brilhantes e também os mais espirituosos, o que faz com que as organizações não os tenham com bons olhos, porém, não sobrevivem sem eles. O que quero dizer é que o caminho dá informação não é matemático ou segue fórmulas.