terça-feira, 8 de setembro de 2009

Resenha do texto The Black Swan (Autor: Nassim N. Tabet)

Resenha do texto The Black Swan (Autor: Nassim N. Tabet)
Aluno: Paulo Monteiro de Carvalho – Disciplina: Comunicação Organizacional

Analisando do livro “The Black Swan”, de Nassim Nicholas Taleb, posso dizer que em quase tudo podemos acrescentar a teoria do cisne negro: Vida pessoal, profissional, familiar e até amorosa, pois os grandes romances acontecem quando menos esperamos.
O autor do livro é bem sincero e claro quando diz que em geral as descobertas e as tecnologias relevantes são frutos de acontecimentos regidos pelo acaso e que é o acontecimento do imprevisível, mas discordo em alguns quesitos, pois muito da evolução dessas tecnologias também derivasse de muitas pesquisas e não aconteceram do acaso. Creio que existe uma evolução natural e a acidental, que são as surpreendentes.
Também creio que existam dois mundos extremos um do outro, como Mediocristão e o Extremistão. Concordo quando fala em profissões escaláveis e não - escaláveis, mas não quando chama profissões não escaláveis de medíocre, que vive uma eterna rotina, pois muitos preferem permanecer numa profissão sólida e segura do que correr riscos, tornando-se um cisne negro. Todos tem livre arbítrio de seguir a profissão que quiser. Arriscar sua vida numa profissão escapável é muito perigoso, como por exemplo, um jogador de futebol, pois não são todos que ganham milhões e jogam na Europa, existem muitos bons jogadores que não deram sorte, e isso também conta muito. Existem jogadores medíocres com renome e ricos, enquanto craques desconhecidos passam necessidades no interior do Brasil.
A teoria do cisne negro parte da idéia de não se conseguir prever o futuro e que especialistas, economistas e matemáticos, geralmente, erram em suas previsões, mas os que acertam são conhecidos e tornam-se sumidades em suas áreas de trabalho. Por isso esses sempre prevêem lucros e crescimento, nunca falam que existirão crises futuras e acabam fracaçando.
Como diz o autor, não há como conhecer o futuro baseando-se no passado, como conhecer o desconhecido no infinito baseado no conhecido finito, da experiência adquirida através dos tempos e do empírico? Realmente é difícil de prever o futuro, mas uma pessoa mais equilibrada, com bom senso, sabe que se deve temer o futuro, não necessariamente com medo, mas se preocupar com o que pode acontecer.
Não concordo com ele quando diz que a causa da incapacidade de entender o cisne negro é quando tomamos uma representação do passado. Muitas das vezes um acontecimento do passado pode nos livrar de sérios problemas e prejuízos, como acontece no Brasil de tempos em tempos, nas trocas de governos. Quem viveu à época do Collor que o diga. Depois daquele ocorrido, sempre quando vai ocorrer a troca de poder, assim como eu e alguns amigos, retiramos todos os investimentos e aplicações dos bancos, por uns três ou quatro meses, até as coisas se acertarem.
Realmente buscamos dados do passado para planejarmos o futuro e sei que isso não é o certo, pois os melhores profissionais de gestão estratégica e de marketing erram. Os poucos que acertam são considerados especialistas, mas como diz o autor, eles são reconhecidos por um único acerto e nunca falam dos erros que cometeram no passado. O passado não conta. Se bem que na teoria do cisne negro o passado de nada ou quase nada se aproveita. Depende de cada pessoa ser corajoso, empreender e não temer os fracassos do futuro.
Sempre que leio um livro, procuro guardar aquilo de mais positivo narrado pelo autor, e, desta forma, coloco aqui mais alguns pontos interessantes que concordo com o autor, quando diz que temos fome de regras, pois realmente damos credibilidade às coisas resumidas e bem organizadas. Alguns seres humanos tem preguiça de questionar e analisar as coisas e que por isso querem tudo mastigado. É mais fácil de decorar e aplicar. Da mesma forma Tabet fala dessa natureza que é programada a ser pacata, gosta de receber pequenas e constantes recompensas, como um cachorro, quando recebe um biscoito quando acerta uma lição do seu adestrador. Ele também descreve a evidência no homem, que não gosta de questionar a história e os feitos negativos, e que sempre, só contam os fatos positivos e de sucesso, por isso, achamos tantos livros de auto-ajuda nas livrarias, e, que, são campeões de vendas.
Outro fato importante é o que fala sobre atributos da incerteza na vida real, esterilizados e domesticados pela incerteza do jogo, que compara nossas vidas a um cassino, pura verdade. Arriscamos jogar, mesmo sabendo que temos poucas chances de ganharmos, e, muitas das vezes, que não vamos ganhar, mas arriscamos mesmo assim. Desta maneira não arriscamos nossas vidas, preferimos vivermos uma vida morna, medíocre e sem perspectiva de sucesso, vivemos no nosso mundinho e dizemos que estamos muito bem e obrigado. Nunca arriscamos jogar tudo o que temos ou somos em um grande lance, nunca vamos “pro tudo ou nada”. Covarde que somos. Morremos cisnes brancos.
Afinal de contas, existem milhões de cisnes brancos, porém, os negros, são pouquíssimos, mas bem sucedidos.

Um comentário:

Janaína disse...

Ontem estava pensando sobre esse tema do preferir tudo mastigado...nossa detesto tudo que é fácil, que não sofre e nem pede questionamentos...aliás por isso estou sempre em busca do algo mais, do novo...mas o problema é que cansa. É um caminho complicado este. E acredito que não tenhamos escolha, como os cisnes, já nascem para serem brancos ou negros.