quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Uma nova Europa

A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, fez mais um discurso nesta quarta-feira (14), no Bundestag, o parlamento alemão. Merkel procurou contemplar ansiedades internas e externas depois do novo acordo que 26 países dos 27 países da União Europeia travaram na semana passada para controlar a atual crise econômica e prevenir novos problemas. No campo externo, Merkel se esforçou para evitar que o Reino Unido, único país que rejeitou o acordo, ficasse isolado. Este temor se tornou grande entre os britânicos nos últimos dias, um fato escancarado pelo vice-primeiro-ministro do país, Nick Clegg. Como conta o The Guardian, Merkel foi clara sobre a importância do Reino Unido para a UE. Merkel disse que, ao mesmo tempo em que lamenta a decisão, “está além da dúvida que o Reino Unido continuará no futuro a ser um importante parceiro da União Europeia”. O Reino Unido é um parceiro confiável para a Europa não apenas para questões exteriores e política de segurança… é também este parceiro em muitas outras questões – na competitividade, mercado interno, trocas comerciais, proteção do clima”, disse. Ao mesmo tempo em que fez um aceno ao governo do primeiro-ministro britânico, David Cameron, Merkel tentou enfatizar a importância do acordo que ele não aceitou implantar no Reino Unido. Segundo Merkel, o acordo dos 26 países será capaz de produzir a união fiscal na Europa. Este é um anseio antigo dos políticos alemães, uma vez que a Alemanha, maior economia da Europa, é também a maior garantidora de empréstimos para os países em crise, uma situação que vinha tornando cada vez mais insustentável a posição dos políticos alemães diante do contribuinte. A TV estatal Deustche Welle conta: “Não estamos mais apenas falando sobre uma união fiscal. Começamos a fazer isso acontecer. A importância deste passo não pode ser subestimada”, disse uma confiante Merkel ao Bundestag. Merkel foi além dizendo que as decisões tomada no encontro eram o começo das mudanças estruturais na Europa que permanentemente consertariam os problemas de moeda do bloco [o euro]. “Definimos o curso para uma nova Europa… não há mais volta agora”, disse Merkel antes de ser aplaudida, majoritariamente por seu bloco conservador” Em seu discurso, Merkel só não conseguiu contemplar as populações europeias que estão vendo seus países tentando sair da crise com base em medidas de austeridade desenvolvida pelo Fundo Monetário Internacional e pela Alemanha. Este é um problema com o qual Merkel também deve se preocupar. As imposições alemãs estão tornando o país cada vez mais antipático a muitos europeus. José Antonio Lima - Época - 14/12/2011

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